O primeiro Alltalks de 2019 debateu um tema interessantíssimo e recheado de curiosidades: neuromarketing. Você sabia que 85% do nosso dia, agimos no piloto automático? Seja em casa, na rua ou no trabalho nossas ações são tomadas por impulso ou “costume”. Não pensamos ao mudar a marcha do carro, por exemplo. Isso nos mostra o quanto nosso inconsciente é predominante nas nossas atitudes e tomadas de decisões, o que não é diferente das nossas escolhas sobre as coisas que compramos.
O neuromarketing é um estudo que mede, através de ondas cerebrais, as verdadeiras opiniões de uma pessoa sobre marcas e produtos. O que as pessoas dizem não é exatamente o que fazem. Em uma pesquisa de mercado - apresentada no livro A Lógica do Consumo: Verdades e Mentiras Sobre por que Compramos, de Martin Lindstrom - baseada em resposta de opinião, mostra que o resultado pode ser muito comprometido. Isso porque, as pessoas tendem a responder o que parece ser “correto”. Por exemplo, uma mãe, ao ser questionada se usa sabonete anti germes em casa, provavelmente dirá que sim. Assim como se nos perguntassem se desejaríamos ter uma vida mais fitness ou se separamos corretamente o lixo. Não mentimos de propósito, mas sim porque queremos ser bem vistos na sociedade.
Por isso e por vários outros motivos, o neuromarketing auxilia cada vez mais os profissionais de propaganda, que contam com gatilhos e descobertas que fazem a diferença no anúncio nosso de cada dia. Tais como as emoções envolvida nas marcas por exemplo.
Graças aos pesquisadores, descobrimos que quando uma marca tem certa emoção sobre o consumidor, assim como a Coca-Cola, Harley-Davidson e Apple fazem, há maior lembrança e preferência. A música da Coca-Cola é uma das mais queridas e emocionantes do mundo na lembrança dos consumidores (quando falamos de marcas). As emoções pesam na escolha, porque agimos pelo impulso, felicidade, alegria e sensação de pertencimento.
Sentidos para o Neuromarketing
Outra coisa interessante foi o que se descobriu sobre os sentidos. Devemos explorar cada um deles, principalmente quando a tradicional visão não for tão eficiente. Imagine anunciar na Times Square? Provavelmente seria engolido por um mar de campanhas publicitárias. Experiencias sensoriais (cabines de som, outdoors sonoros, texturas) garantem uma memória da marca muito maior para o consumidor, além disso, quando não sabemos que é uma propaganda, não nos armamos contra ela, estamos muito mais receptivos a receber as informações.
Seguindo esse conceito, as mensagens subliminares também são uma ótima forma de levar a mensagem da marca ao consumidor sem que ele perceba (lembra do inicio quando dissemos que 85 % das vezes estamos agindo pelo inconsciente? Pois bem!). Seja uma música francesa no supermercado que pode te fazer escolher um vinho ou até mesmo os aromas de baunilha em seções de roupas femininas. E acredite, há varejistas que sabem explorar essas práticas e se beneficiam com elas.
As mensagens subliminares podem não ser tão explícitas como imaginamos, mas algo como um sorriso, por exemplo. Estudos, também presentes no livro citado acima, comprovaram que estamos dispostos a pagar mais por um produto cujo vendedor(a) nos recepcione com um sorriso no rosto.
O ambiente da marca também é muito importante: um bar decorado com objetos e cores que remetam à Jack Daniel’s tem uma probabilidade de vender o uísque muito maior se estivesse decorado com rosas.
E, por falar em rosas, uma pergunta que pode ser esclarecida com o neuromarketing é a eficiência de mensagens sexuais em anúncios. Funcionam? Descobriu-se que quando a mensagem é muito sexual, ela rouba a atenção do foco principal, o chamado efeito vampiro que é quando a imagem chama mais atenção que a marca anunciante. Então, dependendo do intuito da marca, usar apelo sexual pode ser uma catástrofe. As pessoas vão olhar para seu anúncio, mas não se lembrarão nem captarão a mensagem com eficiência.
A mesma coisa pode acontecer quando se trata de pessoas/modelos muito atraentes. Nos sentimos intimidados quando a(o) modelo é excepcionalmente linda(o). Nos identificamos mais com quem se assemelha a nós. Um grande exemplo de sucesso foi a campanha Dove Real Beleza, que mostrou mulheres de corpos “reais”.
Em geral, o ser humano tem necessidade de ser visto, de ser aceito na sociedade. Muitas vezes compramos por status, aceitação e até mesmo amor. A ciência é capaz de nos ajudar de inúmeras formas. Discutir sobre o que o cliente deseja, identificar o público e como ele pensa e alinhar isso ao neuromarketing, nos proporciona criar campanhas e ações mais focadas e direcionadas ao inconsciente dessa galera.
O Alltalks é o laboratório de conhecimentos gerais da Alta Comunicazione, criado para que todos compartilhem seus conhecimentos com todos. O tema Neuromarketing foi apresentado pela diretora de arte da Alta, Jéssica Barbosa.
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